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A melhor dança a dois acontece de dentro pra fora

Foto do escritor: Silvia Cristina CaseiroSilvia Cristina Caseiro

"Você dança porque nasceu para dançar, assim como pinta porque os quadros já existem dentro de você, você apenas os liberta." Pablo Picasso


A semana passada (24/02/2021) pelo menos 3 dançarinos e professores de dança que eu conheço compartilharam em suas redes sociais um "fragmentos de entrevista" na qual o pintor espanhol Pablo Picasso responde perguntas sobre porquê amava a dançar. :: E a frase acima considero o trecho mais importante de tudo que ele diz durante esse texto magnífico e muito sensível. Essa frase me chamou atenção porque não me lembro nem quando, nem onde surgiu o meu amor pela dança... foi quando eu era criança e nem tinha consciência disso... :: E ela é totalmente verdadeira e exprime de uma maneira sensível que, para cada um de nós a dança já está, ou esteve, presente em nossas vidas. Cada pessoa tem uma maneira de expressá-la, mas posso fazer a analogia com as pinturas de Picasso: os passos já existem dentro de você, você apenas os liberta... ::

Mas e quando dançamos junto com alguém? Como fica? E aqui vai meu conselho de professora de danças de salão, dançarina e amante de samba e zouk: quando você dança junto o que tem dentro de você é resultado da interação com seu parceiro ou parceira... por isso quando estamos dançando juntos fazemos a seguinte lista de prioridades: :: 1° Lugar de atenção: você. Como está se sentindo? Sua facilidade ou dificuldade de realizar os movimentos depende das suas sensações, dos seus sentimentos. Daí a importância de se dançar sozinha ou sozinho a parte a dois e se perceber, aguçar seus sentidos... :: 2° Lugar de atenção: a parceria. Seja homem ou mulher, a interação com sua parceria de dança define como será a sua dança, se vai ser prazerosa ou desencontrada. Por isso recomendamos que quando você escolhe seu par na pista, ou diz o seu melhor sim para uma dança, entenda que realmente tratará aquela pessoa com a sua melhor atenção e empatia, o que inclui sinceridade, sempre...não há regras para o sentir a dois, mas todo mundo percebe um sorriso amarelado!!! :: 3° Lugar de atenção: a música. A letra da música, a batida, a melodia, a mensagem que a música te passa, o que você sente com relação àquela música, lembranças, atitudes, personagens interpretações. A música é uma história que te proporciona um universo de sensações, ela estimula sua sensibilidade.... :: Pronto, aqui está as três principais prioridades para você ter uma dança a dois de dentro pra fora... não se preocupe com os passos ou o olhar da platéia, um casal que se diverte dançando junto produz uma beleza natural... ::


FRAGMENTOS DA ENTREVISTA COM PABLO PICASSO: DANÇA (originalmente publicada no site: Bem Blogado )

– Por que você dança?

– Não há um “porque”, eu danço.

– Você é um artista plástico que dança?

– Sim… Ou um dançarino que pinta, o que você preferir.

– Desde quando você dança?

– Desde sempre.

– No que você pensa quando dança?

– Eu não penso, eu sinto.

– Sente o que?

– Amor.

– Amor?

– Sim.

– Mas… por que?

– Não há um “porque” para o amor.

– Sente algo mais?

– Vida.

– Como assim?

– Alguns, apenas alguns, fazem nesta terra aquilo para o qual foram criados. Esses vivem. Outros sobrevivem…

Quem dança vive.

– A dança é algo essencial?

– Respirar é essencial?

Respondi sua pergunta primária?

(sorrisos de “canto de boca” – silêncio)

– Mas… há um “preço” por essa escolha…

– Por dançar? Sim, há.

– É caro?

– Não importa.

– Você pagou este preço?

– Ainda pago.

– Você deve dançar para alguém…

– Também, quero dizer, não só para alguém, ou por uma razão… Você dança porque nasceu para dançar, assim como pinta porque os quadros já existem dentro de você, você apenas os liberta; assim é com a dança, ela já se movimenta dentro de você, se não a liberta é capaz de… nem sei! Uma formiga faz seu trabalho sem questionar, pássaros voam sem questionar, peixes nadam… homens, alguns matam, outros preferem fazer aquilo para o qual foram criados: AMAR.

Eu danço, pinto, amo.

(silêncio – trocam olhares)

– Você dança sempre?

– Só quando amo.

– Quando você ama?

– Quando danço.

(sorriem)

– Quer dançar comigo?

– Não sei, não sei se tenho coragem… tenho medo.

– Entendo… eu assusto mesmo, eu danço.





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